Uma noite, uma mulher, um bar, um centro de uma cidade
Parte II
Por Nathália Faria
Naquela noite tudo estava tão diferente que, meia hora depois que a mulher chegou ao bar, apareceu um homem muito simpático e juntou-se a ela.
Não teve jeito, todos os funcionários do bar repararam. A mulher que sempre estava sozinha dessa vez estava acompanhada. Não poderíamos mais dizer que ela nunca tinha companhia.
Duas horas se passaram, uma porção de mandioca com carne de sol para Marisa, cinco cervejas e uma caipirinha. O tal homem pediu a conta e pagou, deu a mão à mulher e saiu transmitindo alegria.
Antes disso, no meio da conversa, um garçom atento e curioso percebeu que os dois discutiam, depois faziam planos, depois comemoravam algo que não deu para entender. Um bar no centro da cidade sempre está cheio, os clientes falam alto e não dá pra perceber bem o que eles falam.
Dessa vez, a mulher não reclamou do banheiro, não achou ruim de nada. Ao sair, toda sorridente, Marisa desejou "boa noite" ao garçom que a atendia, "deu thau" de longe para o dono do bar.
E não mais tiveram notícia daquela figura. Ela que sempre aparecia e fazia as mesmas coisas agora nunca era vista ali naquele bar.
Muitas pessoas procuram os bares por estarem solitárias, buscam o ombro amigo do garçom, se encontram com a velha amiga cerveja e esperam o tempo passar. Um dia aparece alguém e ocupa o lugar do bar, do garçom e da cerveja. Não sei por quanto tempo, não sei o que é para sempre.